GM Henrique Costa Mecking
Nascido em 23 de janeiro de 1952, em Santa Cruz do Sul (RS), Mequinho
aprendeu a mover as peças com sua mãe, Maria José Costa Mecking, quando
tinha apenas cinco anos, e tornou-se o mais jovem Mestre Internacional
da história, aos 15 anos - evidentemente, hoje este recorde já foi
superado. O título de GM veio aos 20 anos, sendo o primeiro brasileiro a
se tornar Grande Mestre de Xadrez.
Diziam que ele seria o novo Fischer, um jovem prodígio capaz de afrontar a hegemonia russa. Venceu dois Torneios Interzonais, que classificava para o Torneio de Candidatos, em Petrópolis-1973 (RJ) e Manila-1976 (Filipinas), à frente de nomes já consagrados como Boris Spassky, Vassily Smyslov, Paul Keres, Efim Geller, Lajos Portisch, Lev Polugaevsky e David Bronstein. Talvez por isso, os russos sempre o criticaram, como uma forma de afetá-lo psicologicamente. Antes de seu match em Augusta (1974), contra Viktor Korchnoi – que, naquela época, ainda pertencia à URSS -, alguns jogadores soviéticos deram entrevistas criticando bastante seu jogo, como Petrosian e Tahl.
E, então, assim como Fischer, de repente ele desapareceu, sucumbindo a
uma doença misteriosa chamada miastenia gravis – que compromete o
sistema nervoso e os músculos. Parecia o fim, sua doença era incurável e
ele se retirou dos tabuleiros para lutar pela vida. Mesmo desenganado
pelos médicos, ressurgiu atribuindo sua cura à fé, o que o levou a
converter-se à religião Católica. Nos 12 anos seguintes, deixou o jogo
de xadrez de lado, formou-se em Teologia e Filosofia Católica e praticou
sua fé fervorosamente.
Quando todos pensaram que sua carreira de enxadrista já havia sido
extirpada de sua vida, eis que, em uma jogada surpreendente, anunciou
seu retorno. Disputou matches contra os mais fortes brasileiros da
atualidade, como o GM Giovanni Vescovi e o GM Alexandre Fier,
e jogou diversos outros torneios. Teve uma volta difícil, como era de
se esperar de qualquer esportista após mais de 10 anos de inatividade,
mas, vez ou outra, demonstra resquícios daquele jogador que foi em seu
auge.
Depois de sua volta, em 1991, já representou o Brasil em duas Olimpíadas
(2002 e 2004), venceu o 2º Festival de Lodi, na Itália (2006), foi
campeão brasileiro de blitz pela internet (2008) e disputou o popular
Torneio Corus, na Holanda (2009), além de outras competições
internacionais na Romênia e na Argentina. Apesar disso, dificilmente
disputa os mais fortes torneios que poderia, como a Olimpíada de Xadrez e
o Campeonato Brasileiro (do qual detém apenas 2 títulos, conquistados
nas duas únicas vezes em que o disputou; o recordista brasileiro, por
exemplo, possui 7 títulos).
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